Rede Cidadã - Sentindo na pele a falta de sensibilidade em relação às diferenças
Sentindo na pele a falta de sensibilidade em relação às diferenças
Assista ao vídeo de Fábio Coelho, presidente do Google Brasil
O novo líder da Plataforma Liderança Sustentável conta como sua experiência nos Estados Unidos fez com que adquirisse uma nova visão sobre a diferença de oportunidades para minorias
Ao ser transferido para os Estados Unidos, Fábio Coelho, atual presidente do Google no Brasil, começou a sentir na pele os efeitos de integrar uma minoria em uma sociedade que ainda não assimilou a importância da diversidade. O executivo morou, por um determinado período de tempo, em Atlanta, cidade na qual 65% dos residentes são afro-americanos. E foi nessa época que Fábio percebeu o dilema enfrentado por vários grupos menos favorecidos: “infelizmente, não importa o seu talento. Muitas vezes nós temos oportunidades diferentes logo no começo da vida. O conceito que eu comecei a amadurecer em relação às minorias passa pela definição de grupos lutando por direitos iguais e buscando acesso às mesmas oportunidades”. Você pode conferir o vídeo completo em: https://goo.gl/EQO06L
Ao assumir o comando da BellSouth, que posteriormente viraria AT&T, Fábio enfrentou um grande desafio. Como um brasileiro poderia fazer com que cerca de 1000 funcionários norte-americanos aceitassem sua liderança? Diante de um grupo tão diverso, o líder percebeu que deveria pensar no que faria aquelas pessoas gostarem de trabalhar com ele e se identificarem com seu comando para atingir um objetivo comum de trabalho. “Para isso, entendi que precisava aumentar a minha sensibilidade em relação ao respeito às diferenças, e entender, profundamente, o que cada ser humano estava buscando naquele ambiente, para que pudéssemos construir um projeto”.
O presidente do Google Brasil conta que sua experiência nos Estados Unidos foi um divisor de águas na análise da questão da diversidade. Quem está no Brasil, na condição de acesso favorável, não possui essa sensibilidade. Por viver em uma cidade com predominância de afro-americanos, Fábio passou a ser parado com mais frequência por policiais, pois poderia ser um imigrante ilegal. “A maioria dos latinos não tinha referência de que poderiam ter um futuro mais promissor. Por isso, eu passei a integrar grupos para inspirar pessoas e mostrar que um imigrante poderia mais”.
Agora no Google, Fábio entende que deve haver uma representação da sociedade, em todos os níveis, dentro de uma empresa. Mesmo que essa ideia não esteja totalmente implementada nas companhias, reconhecer que é uma necessidade acaba virando o primeiro passo em relação a uma melhora. Com a intenção de consolidar, cada vez mais, a diversidade na cultura da empresa, o Google criou grupos específicos de funcionários, como os Afro Googlers e os Gayglers. “Esse comprometimento com a diversidade é fundamental, pois ele gera o sentimento de que precisamos fazer mais. Não basta, apenas, ser contra a intolerância, é preciso celebrar as diferenças, além de suportar e apoiar cada um dos movimentos que tratam da diversidade”.
Sabendo que ainda possui muito trabalho para enraizar o tema, de forma definitiva, na cultura do Google Brasil, Fábio Coelho possui experiência e sensibilidade para entender as dificuldades enfrentadas por pessoas que não possuem as mesmas oportunidades que os demais. Este é o nono e último vídeo divulgado desta edição da Plataforma Liderança Sustentável. Anteriormente, já foram publicadas as vídeo-palestras do professor e doutor Robert Henry Srour; Paulo Stark, CEO da Siemens no Brasil; Raïssa Lumack, VP de RH da Coca-Cola; Didier Tisserand, presidente da L’Oréal Brasil; Marcio Coelho, presidente de Medical Devices da Johnson & Johnson Brasil; Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres no Brasil; Paula Bellizia, presidente da Microsoft Brasil; e também o teaser do evento.